domingo, 11 de fevereiro de 2018

Saiba mais sobre os efeitos nocivos do sol

Pesquisa publicada na revista Science revela que o dano causado pela radiação ultravioleta se prolonga por até três horas após a exposição à luz solar. E o vilão desse processo, até então desconhecido, é uma substância sempre vista como protetora da pele: a melanina. Cientistas norte-americanos e brasileiros responsáveis pela descoberta acreditam que as células que produzem o pigmento que ampara a pele dos raios ultravioleta sofre um processo químico tardio causado pelo sol e que gera mutações genéticas. O efeito, alerta o estudo, é o mesmo de processos que podem resultar no câncer de pele.

Até então, acreditava-se que a mutação causada pelo sol era imediata, deixando marcas no código genético da pessoa em uma fração de segundo. Assim que a radiação atinge a pele, ela causa mudanças nas bases do DNA que resultam em cópias defeituosas e que podem resultar na formação do melanoma (ver infografia). No entanto, os cientistas descobriram que os raios ultravioleta absorvidos pelos melanócitos (células produtoras da melanina) ativam enzimas que produzem oxigênio reativo e óxido nítrico, dando início a um processo químico demorado.

Pode levar horas até que as substâncias resultantes da exposição ao sol reajam entre si e produzam o peroxinitrito, uma fórmula capaz de quebrar a melanina e liberar sua energia diretamente na cadeia de DNA. O resultado mutagênico é o mesmo causado no momento em que a pele absorve os raios solares. “A mutação ocorre quando uma polimerase de DNA tenta copiar o DNA em que há o dano”, explica Douglas Brash, pesquisador da Universidade de Yale, líder do estudo.

O fenômeno que prolonga os efeitos do sol sobre a pele é chamado pelos cientistas de “fotoquímica no escuro”, e foi proposto pela primeira vez na década de 1970 por pesquisadores da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, e da Universidade de São Paulo (USP). 
Isso explica explicar a incidência de melanoma em partes da pele que não expostas à luz solar. .

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